Aquele sentimento que é a plenitude da beleza, que completa totalmente a alma. Ápice do deleite.
Além da felicidade, apogeu. Íntimo, único e lírico. Máximo, lépido e épico. Eu quero.

domingo, 19 de outubro de 2014

Doendo

Das dores: O momento em que aceitas o peso inevitável da realidade e derramas a primeira lágrima de um sentimento não correspondido.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

salacidades amenas

Banho

Leitura

Céu

Ambiente

Essa semana eu pareço estar transpirando inspiração e inspirando a piração. Existem épocas que eu pego todo esse sentimento que sou e resolvo aceitá-lo, deixo ele me absorver por inteira, como teria que ser normalmente – creio eu, e me sinto meio completa assim, não sendo, mas só sentindo. Sentido?

Essa semana eu também estou exalando libido. Como não pretendo escrever aqui meus sonhos molhados, gostaria de discorrer sobre algumas situações que me dão um prazer quase tão deleitoso quanto o lascivo.

Banho, leitura, céu e ambiente.

O momento em que abro a porta do boxe, dou um passo e vou para baixo do chuveiro.  Sinto a água quente atingindo primeiro os cabelos, em seguida esses, molhados, encostam nas minhas costas que se arrepiam de uma forma formosa. A água quente vai me tocando aos poucos e aos muitos, e o vapor toma conta do boxe. Eu fecho os olhos e deixo a água escorrer enquanto a sensação relaxante invade até por dentro.

O momento em que começo uma leitura de algo que toca e que faz refletir. Começo lendo palavra por palavra, que logo se tornam frases e o seus sentidos fazem tanto sentido na minha alma que a leitura vira sensitiva. Vou lendo, ao meu ritmo, como se fosse uma masturbação, mais rápido, mais devagar, esperando o momento certo para o desfecho da poesia, do conto, do texto ou da análise. Sinto o corpo arrepiar, bem ali na nuca, e as cócegas, que chamam de mariposas, aqui dentro, enquanto vou mergulhando nas palavras que perturbam, afligem e deleitam a minha mísera existência que é afeição.

O momento em que piso fora do prédio e o horário é o fim de tarde. Quando o céu deixa Porto Alegre com um tom alaranjado meio amarelo meio amor que toma conta do ar. O amarelo a gente sente ao respirar. O clima é ameno, tem vento, pois ele toca. A brisa suave balança o vestido e os pássaros cantam no Bom Fim. Respiro fundo e sinto, mais uma vez, o arrepio dentro e fora. Tranquilidade e prazer explícito em existir e sentir. Viro meu rosto e tem a lua cheia nascendo no horizonte, me fitando, irmã, regente máxima das minhas marés.

O momento em que escrevo esse texto. Ou que realizo qualquer atividade que possa ser considerada banal durante o meu dia e escuto uma música que abala de alguma forma a realidade vigente. Sinto a voz, o ritmo e a cadência das notas musicais de que nada entendo, mas que parecem me decifrar completa e totalmente. As melodias dançam com os pelinhos de cada aresta do meu corpo e apoderam-se do meu presente. A palpitação é arrebatadora, mas doce.