Aquele sentimento que é a plenitude da beleza, que completa totalmente a alma. Ápice do deleite.
Além da felicidade, apogeu. Íntimo, único e lírico. Máximo, lépido e épico. Eu quero.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A história dos nosso livros. Os livros da nossa história.

-Oi.
-Oi? .
-Você pode me dizer quanto custa esse livro?
-Como é que eu vou saber?
-Você não trabalha aqui?
-Não.
-Tem certeza?
-Sim.
-Mas eu vi você aqui ontem.
-E daí?
-E também vi você aqui quarta-feira.
-E isso significa?
-Você também estava aqui no sábado, segurando aquele livro ali.
-Eu não trabalho aqui.
-Você já leu esse livro?
-Já.
-É bom?
-Lê, e aí você vai saber.
-Mas eu nem sei quanto custa!
-Procura atrás do livro, se vira!
-Mas eu achei que você trabalhava aqui. Você tem cara de que trabalha aqui.
-E você tem cara que não vai gostar desse livro.
-Pois eu acho que vou gostar muito desse livro! Só não sei se vou ter dinheiro suficiente. Sabe como é, final do mês e tal.
-Por que você não espera o mês que vem?
-Porque eu estou me sentindo sozinho.
-E quem disse que esse livro vai diminuir a sua solidão?
-Ora, é um livro.
-É.
-Não diz o preço dele aqui.
-Que pena.
-Você não vai me dizer se gostou do livro? Eu estou com fome.
-O livro é legal, mas ele morre no final.
-O que? Você acabou de me contar o final do livro?
-Depende, você vai ter que ler o livro e descobrir.
-Você acabou de me contar o final do livro! Vou ter que encontrar outro.
-Então tá.
-Quer ir comer alguma coisa?
-Que tal esse aqui? Esse eu não sei o final. Eu não estou com fome.
-Esse também não tem preço. Que tal um café?
-Não sei.
-Vamos, é só um café, aí você pode me contar o resto da história daquele livro.
-Tá. É 29,90.
-O quê?
-Esse livro aqui, que ainda não sabemos o final.
-Como você sabe?
-Eu trabalho aqui.

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