Aquele sentimento que é a plenitude da beleza, que completa totalmente a alma. Ápice do deleite.
Além da felicidade, apogeu. Íntimo, único e lírico. Máximo, lépido e épico. Eu quero.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O amor em toda a parte


    Love actually is all around - Na verdade, o amor está em toda a parte -, uma das frases iniciais do filme, descreve perfeitamente a sua essência. Richard Curtis, já conhecido pelo sucesso no roteiro de "Quatro Casamentos e um Funeral", "Um Lugar Chamado Nothing Hill" e "O Diário de Bridget Jones", conseguiu inovar ainda mais a temática mais explorada no universo cinematográfico, sem deixar a desejar, no roteiro e direção de "Simplesmente Amor".
   
    O enredo, um emaranhado de pequenas histórias que se conectam entre si, acontece durante as cinco semanas que antecedem o natal e mostram as inúmeras facetas do sentimento mais desejado e temido que existe, o amor. O filme possui um elenco digno de tapete vermelho que vai dos mais ilustres atores britânicos (Hugh Grant, Alan Rickman...), aos já consagrados americanos (Billy Bob Thornton, Laura Linney...) e até mesmo ao santo da casa Rodrigo Santoro.

    Fraternal, passional, platônico, lacônico, sensual, físico, químico, biológico... não importa o tipo, o amor está lá. Ao todo são 19 personagens em mini-tramas que se esbarram e se tangenciam numa Londres natalina, vivendo e descobrindo o tal sentimento. Traição, morte, casamento, viagem, decepção, encanto e outros ingredientes temperam as cenas genialmente escritas por Curtis, que vão do drama à comédia em um minuto. A tendência poderia ser perder-se em meio às histórias, mas a conexão das cenas é feita de maneira inteligente, que prende o expectador à tela por completo. Principalmente com a ajuda especialíssima da bela fotografia de Michael Coulter e de uma trilha sonora excepcional, que contribui em peso para o encanto da película.

    Um fato curioso e agradável, que pode passar despercebido por alguns expectadores é a utilização frequente da palavra actually (na verdade, de fato), presente no título original, durante vários diálogos do filme, fazendo um interessante jogo de palavras. Outro ponto a se notar, é a relação do primeiro-ministro da Inglaterra (Grant) com o presidente dos EUA (Thornton), onde é possível notar uma sutil crítica à relação inglesa com o então presidente americano na época, George Bush. O discurso feito pelo personagem de Grant é um desabafo contundente que surpreende ainda mais por aparecer em um filme tão leve.

    O filme possui vários destaques. Talvez os melhores sejam o grande Bill Nighy, como um astro de rock ultrapassado e sem escrúpulos numa tentativa de retornar às paradas com uma música irritante; Hugh Grant, como primeiro-ministro que se apaixona por uma assistente; e Colin Firth, no papel de um escritor recém-traído pela esposa que não consegue se comunicar com a mulher portuguesa que vai trabalhar em sua casa. É impossível e inútil descrever aqui todos os destaques do longa pois ele em si, é um destaque.

    "Simplesmente Amor" é um filme que emociona. São histórias da vida cotidiana mostradas de maneira a deixar qualquer um com os sentimentos à flor da pele, principalmente no natal, mostrando que, de fato, o amor está em toda parte. Richard Curtis, na sua estréia como diretor, contou com todo o necessário para fazer um grande filme e, certamente, o fez. O enredo, os personagens, as tramas e o filme são simplesmente... amor.



"Simplesmente Amor" (Love Actually)
Roteiro e Direção: Richard Curtis
Com: Hugh Grant, Liam Neeson, Colin Firth, Laura Linney, Emma Thompson, Alan Rickman, Keira Knightley, Rodrigo Santoro, Bill Nighy, Rowan Atkinson, Andrew Lincoln, Billy Bob Thornton
Ano: 2003

Um comentário:

leila disse...

DELÍCIA de texto amiga! só dá vontade de ver de novo :) linda, linda!