Aquele sentimento que é a plenitude da beleza, que completa totalmente a alma. Ápice do deleite.
Além da felicidade, apogeu. Íntimo, único e lírico. Máximo, lépido e épico. Eu quero.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

fica, 2013.

eu realmente não quero que esse ano termine. as implicações e o baque de realidade que vou ter digerir são demais para mim. não quero ter que viver num mundo onde meu maior desejo e a minha maior experiência fazem parte oficialmente do meu passado. não quero ter que viver mais um ano sem esse amor. não quero enfrentar a dura realidade do "acabou" sozinha, mais uma vez. alguma esperança poderia me dar forças nessas horas. mas não a vejo em lugar algum. eu fecho os olhos e não passa. o aperto do coração só aumenta. eu realmente não quero que esse ano termine.

sábado, 7 de setembro de 2013

Tanto conhecimento sem saber nada

Compreender cada gesto. Ler o pensamento pelo jeito que ele fecha os olhos levando a mão ao rosto. O modo como a mão acaricia a recém-chegada barba. Como ele ajeita várias vezes cada cacho do seu cabelo. O modo como caminha apressado. A forma como ele se expressa, a voz e a fala. Cada expressão e gíria, as antigas e as recentes. Os dois, meus favoritos, tipos de sorriso.  Aquele mais tranquilo, cheio de carinho. E o sorriso que é capaz de iluminar o mundo com a sua alegria. A gargalhada irônica e a inesperada. As interjeições e a maneira como se agita quando é surpreendido pela falha alheia. O jeito único de como toca na minha mão. Fecho os olhos e o sinto apertando minhas bochechas. O abraço e a maneira como falava com a voz suave para me agradar. Irritado, respira fundo, abaixa a cabeça e tenta ter calma. Fala alto e nega. Não gosta de ser interrompido. Reconhecer praticamente todas as assinaturas do seu corpo, do seu rosto e do modo como ele me olha e fala. Uma sensação de estar em casa. Em quase um ano, ainda ardo de saudades. Vejo um refúgio, meu lugar seguro e exatamente onde quero estar em cada um desses detalhes. O que dói é saber identificar cada aspecto externo dele junto da angústia da falta de possibilidade de descobrir o que, de fato, se passa lá dentro.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Que frio

Que frio, pensou ela durante toda a tarde. Que frio, que frio, que frio. Lendo as notícias do dia, o coração ia esfriando ainda mais. O mundo está perdido, mesmo. Preconceitos, injustiças e aquela tarde cinza, embalada pela chuva que não parava de cair há quatro dias. Quero meu pijama, minha cama e meu livro, dizia ela, emburrada e com os pés gelados. Seus medos e angústias quase sufocando suas entranhas.
Os detalhes são tudo na sua vida. Naquele momento, cada um deles contribuia para o mau-humor crescente. Segurando o guarda-chuva, era obrigada a tirar as luvas para atender o telefone. Bem capaz, não vou sair da minha rota, é cama e pijamas, deu, que frio. Caminhava a passos largos apesar de suas pernas curtas, cheia de raiva. Pisava em poças e o frio já emanava de dentro, não tinha como piorar.
Parou, olhou para o lado. Que estranho. Resolveu virar a esquina. Mudou o seu caminho, definiu o fim do seu dia. Não entendia muito bem o que estava fazendo. Chegou com a cara amarrada, franzindo as sombrancelhas, negando qualquer tipo de sorriso. Era noite e fazia ainda mais frio. Adentrou o café sem pensar em mudar sua atitude. Azar, tá frio e eu to triste, os médicos acabaram com o meu dia.
Durou uma hora. Um chá, um olhar, um carinho, algumas palavras. Ela se abriu, ela sorriu. Depois de um abraço com o poder de mudar o mundo, caminhando pela praça molhada e pela noite fria, viu seu coração quente de novo. De repente aquele cenário cinza ganhou cores. Os casacões compridos de inverno atestam: parece um filme do Woody Allen.
Uma respiração funda, um cafuné, uma despedida. Em casa, pensativa, sente o peso do seu coração e o calor que emana da felicidade. Os detalhes são tudo na sua vida e virar aquela esquina mudou o seu dia. Quem sabe amanhã, quando sair o sol, não terá medo de mudar seu caminho e virar a esquina, de vez.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Um ano

Hoje faz um ano que cheguei na França. Um ano do começo de um capítulo da minha vida que, mesmo já tendo terminado, vai durar pra sempre. Cheguei no dia 23 de agosto de 2012 na região Rhône-Alpes, que seria a minha casa por 10 meses, uma pessoa bem diferente da que sou hoje. A essência segue a mesma, mas a Bebeth que eu era há um ano já passou. Hoje olho pra trás, relembro com o coração apertado e com lágrimas nos olhos dos momentos, das pessoas, dos lugares e de cada instante dessa vida que vivi no meu terceiro intercâmbio. O maior aprendizado dessa história foi sobre mim mesma. Hoje sou mais feliz, mais confiante, mas certa das minhas prioridades, mais madura. Minhas fraquezas continuam, mas a bagagem que carrego há 23 anos, cada vez mais pesada, me dá forças para seguir em frente dia após dia. Ainda tem muita estrada no meu caminho, muitas histórias para serem contadas, muita coisa para aprender. Mas hoje, revivendo um pouco desse ano que passou, me vejo admirando da janela do meu quarto no Rabot os alpes franceses. Me sinto tranquila mais uma vez, contente e pronta para enfrentar o mundo.

sábado, 29 de junho de 2013

quando alguém te inspira

alguma coisa acende por aqui
não para de piscar
e até incomoda
acorda aquele pedaço de ti
que há muito tempo dormia
parecia que tinha ido embora

e quando acorda
não te deixa em paz
em cada esquina
em cada suspiro
aquele sono mostra
que já ficou pra trás

uns dizem que é poesia
outros chamam só de arte
ao meu ver é puro coração
é dar à alma o que ela queria
e que de mim, sempre fez parte

e quando ele chega
tu respira
e inspira
e cada vez que respira
inspira
e inspira
e inspira

e viver deixa de ser só existir
tudo fica mais leve
a beleza não sai do olhar
a gente para e reflete
depois de tanto tempo
como é que ele consegue?

porque quando alguém te inspira
até tua simples respiração
ilumina

quarta-feira, 26 de junho de 2013

enter

eu gosto de escrever e apertar enter sem pensar
só vai
e foi

é como um abismo, é uma vertigem de palavras

esse sentir

será
sei lá
o que que é isso
essa atração qualquer
esse sentir
esse pensar
essa coisa que persiste
eu não queria
mais confusão
mais desacerto
mais coisas platônicas
pra que misturar
por que esses detalhes
por que importam
ai
ai
onde isso vai
não vejo nada no horizonte
mas dentro de mim
sim
será
sei lá

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A nostalgia precoce

A metade do meu intercâmbio chegou e foi embora correndo. Hoje foi o meu último dia de aula na Université Stendhal - Grenoble 3. Agora só mais uma prova e um trabalho e depois, c'est fini. Hoje começou oficialmente o meu último mês capital dos alpes. Num piscar de olhos, em dois meses, estarei de volta a Porto Alegre.

Hoje foi um dia lindo. O sol ainda tá brilhando, são 19h28 agora. Eu acordei super cedo, cheguei suando na faculdade, fui pedalando pela beira do rio sob o sol matutino dessa primavera. Tive minhas duas últimas aulas com o M. Guichard. Hoje, em um dos meus últimos dias no campus, tive mais uma das epifanias que venho tendo desde o início da semana.

Faz 8 meses que eu estou vivendo o meu terceiro intercâmbio, minha quarta grande viagem. Qualquer um poderia imaginar que eu tiraria de letra esse ano na França. Afinal, já aprendi demais, todas as reflexões já foram feitas, não canso de contar minhas experiências e aprendizados. Sim, faz muito tempo que o mundo é meu, que eu sou do mundo. (Agora é a hora em que eu falaria sobre respirar cultura e estudar línguas, mas vou tentar trocar o disco). É verdade que a convivência internacional já não é novidade pra mim - a primeira vez que morei com um estrangeiro foi em 2005, quando uma intercambista americana morou lá em casa, em Bagé - mas nada disso diminui de forma alguma a enormidade e a importância de tudo que eu aprendi nesses quase dois semestres na França. Cada esquina do mundo é única.

Já é possível fazer uma retrospectiva da vida que estou vivendo aqui. Como eu sempre digo, é uma realidade paralela, é um sonho. Ela tem começo, meio e fim. Ontem eu saí da prova e fiquei sentada horas com o Marcel discutindo sobre assuntos polêmicos, nosso prato preferido. Fazia sol, a grama estava fofíssima e a brisa chegava gostosa. Ontem relembramos a gente, na semana do Natal, com -15ºC na Polônia, em Auschwitz, no dia mais cinza da minha vida. Eu não sentia meus pés, o coração tava apertado, o vento cortava o rosto. Lembro também de setembro, do exato momento quando mergulhei no Mediterrâneo pela primeira vez, junto da Natasha e da Marcela. Ou então, talvez o momento mais esperado da minha vida, a primeira vez que eu vi a Torre Eiffel - símbolo concreto da realização de um sonho -, com certeza a melhor experência que eu já tive na companhia de franceses. A primeira vez que vi a vista da minha janela aqui na minha casa na montanha. As randonnées, a neve, o calor, as festas, a Mari, a Lu, a Cíntia, os colombianos, a Bastilha, o Campus, a Ouest, a bicicleta, o tram, a place Grenette, a Victor Hugo, os sorteves, os crepes, o London Pub, as viagens, os lugares, as pessoas, os meus vizinhos, as comidas que eu preparei, as risadas, os prazeres, a dor, o choro, a alegria, as nuvens, a subida do Rabot, o Casino Gèant, os olhares, os momentos e as lembranças.

É impossível colocar em palavras tudo o que se sente durante uma experiência desse tipo. Só quem vive essa adrenalida e essa intensidade consegue imaginar. Até hoje estou esperando a coragem para escrever verdadeiramente sobre os Estados Unidos, sobre a América Latina e sobre a Grécia. Com certeza nunca conseguirei definir Grenoble também. As dúvidas são inevitáveis. Será que eu fiz certo? E se não tivesse sido assim? Mas a certeza é uma só: tinha que ter sido assim, essa é a minha experiência, esse foi o meu ano.

Foi difícil? Com certeza. E é por causa dessas dificuldades que hoje eu sou mais forte que ontem, estou mais madura e me conheço melhor. A melhor reflexão desse intercâmbio foi descobrir que a minha essência de quando eu comecei a estudar inglês com 6 anos, de quando eu fui para os Estados Unidos com 16 e hoje aqui, com 23 anos na cara, é exatamente a mesma. Mais velha, mais madura, mais inteligente, mais gorda, mas a mesma.

Eu já passei por isso, a despedida, duas vezes. Sobrevivi. Sei que vou sobreviver a minha partida de Grenoble. Tenho ainda um mês aqui para aproveitar tudo dessa cidade maravilhosa. Grenoble é incrível em todos os aspectos, mas outra hora eu explico o porquê. O que, infelizmente, eu não posso evitar é esse constante aperto no coração, essa nostalgia precoce, essa vontade insurportável de reviver os melhores momentos e estar perto das melhores pessoas. Foi, e está sendo, um ano mágico. Com certeza um dos melhores da minha vida.

Esse capítulo grenobloise vai terminar e minha vida vai seguir seu curso. Mesmo não conseguindo nunca definir o que esse ano significou, Grenoble vai estar sempre dentro de mim, nas minhas qualidades e nas melhores lembranças desse mundo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

17 de janeiro


sério, hoje foi um dos dias mais lindos em grenoble. a neve não parou de cair, mesmo com céu azul e com sol. desci o rabot pensando em coisas boas e vendo os flocos dançando com o vento, demorando a cair, pousando de leve no chão e derretendo rápido. ou parando tranquilos no meu casaco e no meu cabelo. ficar só olhando cada floco, cada um desenhadinho de um jeito, tão pequenos, tão lindos, tão branquinhos, tão leves, tão perfeitos. como pode esses cristaizinhos cairem lá do céu e chegarem aqui sendo tão lindos? e todos eles juntos ainda por cima nos dão essa paisagem branca e reconfortante que é única. eu podeira passar horas e horas só vendo a neve cair. é magia sim, cada floco é um pedacinho de mágica que cai do céu.
 
 
 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Uma tarde de sol no inverno francês

O tempo muda rápido nas montanhas e o inverno é rigoroso. O vento sopra forte e mesmo assim as nuvens passeiam, na maioria das vezes, sem pressa. Em meio ao inverno majoritariamente branco nos alpes franceses é possível encontrar o sol em dias inesperados como hoje. Numa tarde de terça-feira ensolarada, até, quiçá, quente, aos olhos dos velhos acostumados à vida nas montanhas geladas, as pessoas tomam conta as ruas. No meio da semana tu poderias imaginar que eles estariam trabalhando, tendo aulas, cuidando dos seus afazeres. Mas os cafés em Grenoble, capital do departamento de Isère, na região Rhône-Alpes, na França, estão lotados. As mesas invadem as calçadas e pessoas de todas as idades estão por lá, caminhando no centro, no campus universitário e no bairro vizinho. Eu desço do tram na parada de nome mais gostoso da cidade: "Hubert Dubedout - Maison du Turisme" imersa em meus fones de ouvido tentando compreender as palavras em catalão cantadas numa música qualquer no meu celular. Chego na Place Grenette. O meu olhar sobe e de repente não estou mais imersa em meu mundo. Vejo uma tarde de sol no inverno francês. Um homem nos seus vinte e tantos anos lê um livro, com uma cerveja numa mesa logo na minha frente. Ao lado uma moça coloca os óculos de sol e acende um cigarro, conversando com a amiga. Atrás dois velhinhos discutem sobre algum assunto qualquer, logo ali um homem lê o jornal comprenetrado enquanto uma mãe brinca com sua criança que corre por entre as mesas. A senhora passeia com o seu cachorrinho e o cachorrão do hippie meio morador de rua parece que presta atenção na música que sai do violão do seu humano. O casal passeia de mãos dadas. Mãe e filha olham vitrines. Pessoas esperando o tram, tomando café, comendo um crepe. Eu sigo. Na esquina o som da gaita traz saudades de Paris. A fonte no centro da praça está seca, os adolescentes encostados nela estão fixados no celular. Os prédios em torno da praça, de arquitetura tradicionalmente francesa, que mesmo em seis meses ainda enchem os meus olhos, completam a paisagem. É como um daqueles quadros retratando o cotidiano europeu que nos faz ficar horas divagando e imaginando como deveria ser. Em seis meses essa cidadezinha nos alpes virou minha casa, dona do meu cotidiano, um verdadeiro lar durante essa incessante busca por auto-conhecimento. E ainda assim, da mesma forma que meu coração acelera cada vez que abro a janela pela manhã e me deparo com as montanhas brancas e a cidade amanhecendo lá embaixo, em inúmeros pequenos momentos, como o dessa tarde, me pego estarrecida, sem ainda acreditar verdadeiramente que estou vivendo num cenário saído direto do meu mais querido sonho.



"(...)I estirat, pensant això,
sé que no puc triar-on vaig,
però m'il·lusiono els dematins.
Jo només puc fer el que faig.

Sembla que tot s'ha mogut
i que tornarà a ser maig.
Jo només faig el que puc.
Jo només puc fer el que faig.

Intentant entendre'm més.
Repassant el que he viscut.
Sé que no tot ha estat bé.
Jo només faig el que puc."

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Delírios sóbrios de uma volta pra casa



            A língua emana traços insólitos de pensamentos não desenvolvidos. A mente divaga sobre as histórias nunca contadas, escritas em um livro sem prefácio nem epílogo. Lembranças escondidas em um emaranhado de opiniões, críticas e expressões mal-acabadas. Contos e mais contos alimentados, durante anos, por resquícios de antigos desejos. Desejos esses ainda latentes, vivos em cada personagem retratado dentro dessa biblioteca de ideias.
            A ponta do lápis encosta no papel, e os filhos paridos pela insana imaginação ainda ingênua da moça dos olhos castanhos saltam como coelhos apressados tentando não perder a hora do chá. São mãos, bocas, sonhos, passos perdidos e olhares encontrados misturados ao ritmo quente da valsa que tocava na noite passada.
            Acordada dentro de um sonho ela sublinha as possibilidades, e reflete sem qualquer lucidez sobre os desdobramentos dessa história. É uma dança surda que nem o próprio rei coração, retorcido entre seus átrios e ventrículos, - regente superior desse universo sem era nem beira -, alcança a compreensão.
            Por vezes é como se todas as vontades já sentidas por aqueles olhos atacassem de uma só vez a biblioteca numa explosão de sentimentos sem semelhante. Ela não cansa, mas está exausta. Cada janta, ligação, passeio na lua, volta de balão e subida de montanha suga parte de seus suspiros, acabando por deixá-la sem forças diante das enormes vontades de uma vida inteira.
            Olhar para o céu já não mais basta. É preciso que o mar, a terra, a água, o fogo, a folha que caiu daquela árvore naquele dia em Barcelona, o sopro do vento entre os prédios e o toque suave dos amantes no banco da praça central se unifiquem e, juntos, façam, de alguma forma, sentido. Onde foi parar o sentido descrito naquele parágrafo?
Antes as coisas pareciam tão fáceis. Nessa biblioteca-mundo nem sempre os personagens tem voz. Os olhos castanhos machucam e procuram abrigo no país vizinho. Essa aventura danada alguns por aí teimam em chamar de vida. Vida, cabeça, tacos de Lyon, nuvem amarela, qual é a diferença? Enquanto o lápis toca o papel, os pássaros voam cada vez mais longe, vão diminuindo no horizonte até se tornarem míseros pontinhos que dói só de olhar.
            

            A língua emana traços insólitos de pensamentos não desenvolvidos. Os olhos castanhos miran lejos. E a paixão lê, com calma, cada linha em cada esquina dessa história de um lado só.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Como é?

"é como finalmente descobrir que não se pode viver sem oxigênio, é o arrepio da pluma passeando pela pele, é andar pelas nuvens de moto à 250 km/h, é como a vertigem na beira do precipício, é como chegar ao topo da montanha e tocar na neve fresca, é como o poder de abraçar o mundo, é como flutuar lépida no mediterrâneo, é como a mais pura adrenalina, é como um terremoto, é como a força da água nas pedras dos molhes da barra, é como encontrar sombra na imensidão do deserto, é como ser a própria borboleta dentro do estômago, é como se não existisse nenhuma outra pessoa no mundo, é como se aquele momento fosse uma vida inteira, é como se aquela troca fosse a única sensação possível, é como correr para escapar de uma explosão, é viver essa explosão, é se deixar levar completamente, é o carinho de um urso, é poder voar como um pássaro, é saltar de asa-delta, é a sensação do maior prazer existente, é como se a vontade estivesse tatuada na pele, em cada esquina e em cada centímetro, é como um êxtase infinito, é o desejo na sua forma mais bruta e mais pura."