Aquele sentimento que é a plenitude da beleza, que completa totalmente a alma. Ápice do deleite.
Além da felicidade, apogeu. Íntimo, único e lírico. Máximo, lépido e épico. Eu quero.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

São Paulo é um buquê

Com os pés molhados, tirei o sapato, troquei de meia e coloquei um chinelinho. Fechei a mochila, baixei o encosto da poltrona e comecei a prestar atenção na TV. Aquele havia sido o dia mais frio de São Paulo, a chuva era muita e o congestionamento quilométrico. E eu me encontrava bem no centro do furacão. Num ônibus executivo parado no meio da marginal Tietê a caminho de Guarulhos. Cansada, molhada, feliz.

Semana passada fui à São Paulo fazer o visto para morar na França. Retornei exatos 6 anos depois que fui a primeira vez. Estranho e engraçado pensar nas circunstâncias que me levaram e me trouxeram de volta de São Paulo em 2006. Mas essa é outra história.

Cheguei domingo de manhã, o dia tava lindo. Peguei um ônibus de Guarulhos até a cidade e caminhei um pouco para chegar no hostel. Lá encontrei a Natasha e passamos o dia aproveitando a cidade, com direito a doce de feijão na Liberdade, proclamação da República na beira do Ipiranga, cosplay de Harry Potter no Ibirapuera, arte louca no centro cultural e caipirinha no hostel.

Segunda-feira foi o dia fatídico. Chovia em SP. Depois de um café bem delícia no Starbucks rumamos ao Consulado Francês em plena Avenida Paulista. Obviamente o processo foi tenso, com direito a muito nervosismo e tensão, mas sobrevivemos. O visto chega dia 13 de agosto, aparentemente.

Ainda conseguimos aproveitar mais um pouco do que São Paulo poderia nos oferecer gastronomicamente (brigadeiros, pastel de queijo e sanduíche de mortadela), financeiramente (milhões de meias por R$10), belamente (viaduto Santa Ifigênia) e aventureiramente (metrô mucho loco).

Então me encontrei rumando ao Aeroporto Internacional de Garulhos com os pés molhados. Resolvi tirar o sapato, trocar de meia e colocar um chinelinho. Eu estava cansada, molhada e feliz.

Hoje falta exatamente um mês para o final de mais um capítulo e início de outro. Por mais feliz e ansiosa que eu esteja, ultimamente o que tem falado mais alto aqui dentro é o aperto no coração. É a falta da única certeza que eu gostaria de ter. E dói, como dói.

Mas assim é a vida, o que está por vir virá bem vindo e vai ser aproveitado como deve, por todos os lados. E a falta de certezas, muitas vezes, é onde se encontram as mais belas surpresas da vida. Quase como poder colocar uma meia quentinha. Quase.

Um comentário:

Nina de Oliveira disse...

Que lindo post, Bebeth!
Tomara que tudo dê certo para você, afinal Paris é uma festa, não?
Beijinhos