Aquele sentimento que é a plenitude da beleza, que completa totalmente a alma. Ápice do deleite.
Além da felicidade, apogeu. Íntimo, único e lírico. Máximo, lépido e épico. Eu quero.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Eles.

Ele não ligou mais uma vez.
Ela, impaciente, perdeu as esperanças, além da noção do tempo.

Eram seis da manhã.
Com um café na mão, foi à praia -deserta no inverno- apreciar o sol que acabara de nascer.
Ele, na cidade, voltava pra casa, bêbado, com uma cerveja na mão, apreciando o sol que acabara de nascer.
Ela, desiludida e com TPM, chorava deitada na areia, revivendo momentos passados.
Ele, chapado, ria deitado no sofá, revivendo momentos passados.
"Como ele pôde?!", pensava ela, acabada, sobre a falta de consideração dele nessa semana. "Como ela pôde?", pensava ele, satisfeito, sobre a atuação dela na cama, semana passada.
Ela, sem pensar, ou por pensar demais, decidira desistir de tudo. Nunca mais pensaria nele. Nunca mais o veria, esqueceria de tudo. Se para ele não significou nada, então, seria o mesmo para ela. Passou a manhã decidindo apagá-lo da memória e passou a tarde dormindo, sonhando com ele.
Ele passou a manhã dormindo, sonhou com futebol e carros. Passou, também, a tarde decidindo ir encontrá-la. Sem pensar, ou por pensar demais, decidira começar tudo, de fato. Aquela noite obviamente significara algo. Temia parecer muito antecipado. Queria vê-la, lembrava de tudo.
Ela tirava conclusões, nervosa e desiludida.
Ele tirava conclusões, tranquilo e calmo.
Ela, na casa da praia, quis jantar uma massa aos 4 queijos, sua única preferida. Cozinhou-a com apreço. Como se fosse a última vez.
Ele, na estrada, pensava em uma massa vermelha ou aos 4 queijos, tanto fazia. Como todas as vezes.

Ela colocou a mesa e ele chegou. Ela, gelada por dentro ao ver sua barba por fazer e seu sorriso que iluminava o mundo, o cumprimentou.
Ele, quente por dentro ao ver seu vestido estampado que contornava suavemente suas formas, a cumprimentou.
"Eai, quanto tempo." "Pois é, tava afim de te ver." "Legal que tu vieste." "É massa aos 4 quejos? Po, to tri com fome." "É, fiz bastante, janta comigo".

Ela tinha milhões de coisas para dizer, chingamentos enormes, sermões intermináveis.
Ele queria se declarar, falar dos sentimentos.

Porém, nada foi dito. Naquela noite ela e ele foram um, mais uma vez. Se amararam como se não houvesse mais nada no mundo. Finalmente se compreenderam. Ela desistiu de esquecê-lo e ele resolveu lembrar cada vez mais.

Eram seis da manhã.
Ela fazia que dormia, ria.
Ele a contemplava e ria.
Sentimento puro que só eles possuem.

2 comentários:

ainda está sambando disse...

aah, serio: AMEI. amei!

Maritsa disse...

'ela procurava um príncipe, ele procurava a próxima...'