Aquele sentimento que é a plenitude da beleza, que completa totalmente a alma. Ápice do deleite.
Além da felicidade, apogeu. Íntimo, único e lírico. Máximo, lépido e épico. Eu quero.

sábado, 6 de junho de 2009

REVOLUÇÃO íntima.

Viva la revolución!
Abaixo à eu(mim) mesma! Sim, hoje acordei revolucionária. E a revolução começa agora. O motivo: Ana Elizabeth Soares de Azevedo, vulgo Bebeth, vulgo eu. Ontem eu surtei. Hoje eu pergunto. Quem sou eu? O que me interessa? O que me interessa além dos meus interesses? Por que sufocar as pessoas que amo? Por que amar tanto? Por que se jogar tanto? Por que pensar tanto e, principalmente, por que não pensar quando se tem que pensar? O que eu vejo no espelho? Cadê a identidade? As respostas eu sei e não sei. Eu quero e não quero. Cansei de saber o que procuro escolhendo não procurar. Cansei de procurar demais o que não sei se quero pra mim. É um aperto, uma confusão interior. Eu quero tudo e não quero nada. Eu quero querer alguém, quero ser "querida". Eu quero o que passou. Não somente o que passou pra mim, quero o que é passado. O que já foi. Quero saber realmente o que eu quero. Quero encontros! Quero ser encontrada. Escrevo, porque quero. Escrevo, porque preciso. Falo comigo mesma. Preciso conversar comigo. Preciso querer. Quero precisar. Quero gritar e encontrar o nome daquela música "lalalalaaa lalala dance with me...". Quero dançar ao som daquela música que nem posso escutar! Não quero mais machucar o meu queixo. Quero beijar quem nem pensa em me beijar! Não quero mais ir tanto atrás, dar chance ao acaso. Quero encontrar quem nem tenta me encontrar! Quero fabricar mais encontros casuais. Quero não precisar fabricá-los. Preciso me acalmar. Quero me agitar. Preciso escrever, preciso desabafar. Quero alcançar. Cansei de ser canhota. "Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. "* MAS EU QUERO SER GAUCHE NA VIDA. Sou esquerda, sou canhota. Sou diferente? Sou eu mesma? Sou igual? Quem eu sou? O que eu sou? Tu me conheces? Palavras. Preciso das palavras. Eu quero as palavras. Quero me libertar. De quem? Do que? E a vida? Quero a minha vida. Preciso viver viva. Surpresas. Quero surpreender alguém. Quero ser Amelie Poulain. O que me faz pensar? O que é o pensamento? "Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo."* O que me comove? Penso em me comover? Penso tudo, penso tanto. Nada se encaixa, nada dá certo. Penso e complica. Não penso e piora. É tudo destro e eu sou canhota. Sou gauche. Sou gauche na vida. Seria esse meu destino? Ser errada no mundo. Certa no meu mundo? Qual seria ele? Então essa revolução acabaria? Me encaixaria no meu mundo, no meu canto? Eu seria a favor de mim mesma? Eu quero meu mundo. Preciso do meu mundo. Seria a resposta? Vou em busca. Vou me encontrar. Encontrar o meu lugar, meu mundo.
Se eu encontrá-lo, tu vens comigo?

*Trechos do "Poema de sete faces", C. D. de Andrade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Alentador descobrir que, dentre tantos in-diferentes, sobrevive ainda uma fagulha de sentimento!; que, sob a marcha de uma legião de máquinas, resiste semi-audível um sussurro de lirismo! Talvez mais fascinante seja descobri-lo na monotonia surda da madrugada, por vias de Manuel Bandeira (e Google)!
Não sei se há momentos que valem uma vida, mas verdade que certos acasos valem um dia. Convido seu anjo torto a dialogar com este evadido, a quem suas letras inevitavelmente me remeteram:
"
Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.
"
(Pessoa)

Caso julgue dignas de interesse as palavras de um colega de angústias, sinta-se livre: gui_prudente@hotmail.com
No mais, e antes de tudo, sinta-se.