Aquele sentimento que é a plenitude da beleza, que completa totalmente a alma. Ápice do deleite.
Além da felicidade, apogeu. Íntimo, único e lírico. Máximo, lépido e épico. Eu quero.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Recuerdos de uma mochila - SEGUNDA PARTE

Acordamos e partimos logo para a prática do desapego, ritual que se tornou usual na nossa viagem. Tomar banho e lavar os cabelos com água gelada. Fichinha. A cidade de Santa Cruz traduz o caos na Terra. Supostamente o centro econômico da Bolívia, a cidade se resume em uma rede de aneis mal sinalizados com prédios não totalmente construídos - salvo a região central - onde o som oficial é a buzina dos carros. A cor predominante é o marrom da poeira e nas lojas macacões coloridos, fantasias aparentemente típicas para os blocos do carnaval. Afim de comprar a passagem para La Paz, utilizamos como meio de transporte uma kombi caindo aos pedaços lotada de cholas - mulheres indígenas de cabelos negros e longos, com saias típicas e odor não muito agradável na maioria das vezes - e do pequeno (mais que eu) povo boliviano. Relativamente fácil chegar ao terminal de buses e comprar a passagem no bus "cama" que levaria 18 horas para chegar ao destino final. Tiramos o resto do dia para conhecer o centro, de fato muito bonito, com a típica plaza de armas e a catedral central. Em nosso albergue simples contamos com a ajuda do querido faz tudo (arruma as camas, limpa banheiro, guarda as mochilas, trabalha no balcão, etc) para nos situarmos na cidade. Nosso ônibus saiu as 17h em direção a La Paz. Nesse primeiro dia de viagem, confesso que gastei algum tempo pensando sobre a "exótica" Bolívia que estava vendo, ainda não tinha me apaixonado pelo país, pelo povo, pela cultura. Eu era "verde", as primeiras impressões não foram as melhores e minha mochila ainda estava limpa.
 Igreja na praça central de Santa Cruz de la Sierra

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